quinta-feira, 29 de abril de 2010

Senso crítico

Há algum tempo eu decidi não emitir ostensivamente minha opinião sobre música, cinema e algumas outras coisas que envolvem gosto pessoal, pois é muito chato ter que se explicar.

O senso crítico ou a mera reflexão a cerca da qualidade e competência destes produtos culturais soa como inadequado ou como prepotência de quem se acha melhor que os outros. Ou, na linguagem usual, chata mesmo!

Sim eu assisto a comédias românticas, amo Julia Roberts e Johnny Depp e de vez em quando me cai um Best seller em mãos, mas o “x” da questão é: o problema não é ser popular, é ser previsível.

Sem querer ser frankfurtiana demais, mas buscando um meio termo, eu não suporto qualquer coisa onde não haja espaço para a conexão lógica, para o alento intelectual, para o esforço cerebral.

Sou contra a estagnação e falta de criatividade. Para mim, divertir significa compactuar, estar de acordo e eu não posso fazê-lo diante do Djavu que copia a inteligência popular da Banda Caplipso, nem diante do Pânico na TV que precisa humilhar para fazer humor, frente aos inumeráveis besteróis do cinema, da banda que ontem tocava pagode e hoje faz sertanejo universitário (o que é isso?!), também não danço o Funk da Piriguete por que eu nunca fui uma, dos filmes brasileiros sem personalidade que querem imitar os hollywoodianos e por aí vai.

Creio profundamente que enquanto todo mundo fica paradinho consumindo o previsível e confortável, criado milimétricamente para ser uma torrente sensorial vazia, ficamos insensíveis para o novo, compactuamos com valores incoerentes aos nossos e fazemos muita gente enriquecer a custa da nossa inércia mental.

Então, eu vou continuar sim a falar mal de muita coisa, de muitos filmes, da postura de muitas mulheres no cinema e na TV e de toda a produção de música sertaneja que toma conta dos bares da Goiânia Rock City (ai que saudade!) e incoerentemente, consumir muitas outras coisas por que eu sei que tenho essa possibilidade de escolha.

terça-feira, 13 de abril de 2010

*** (em busca de um título...perfeito?!)

Ela escolheu ser perfeita. Percebeu cedo que a maioria das pessoas julga baseado naquilo que os demais alcançaram ou conquistaram e concluiu facilmente que demonstrar suas fraquezas e limitações poderia ser muito perigoso e humilhante.
Perigoso por que a vida é uma guerra, e neste caso, demonstrar suas fraquezas seria dar motivos para ser massacrado pelo inimigo.
Humilhante, pois ao assumir para si mesma que erra, destruiria o pedestal em que se colocou e a assentaria no mesmo patamar das demais criaturas. O orgulho, massacrado, não suportaria por muito tempo e morreria sufocado.
Assim, não querendo perder seu espaço no mundo ou desapontar o orgulho que pulsa em suas veias, seguiu trabalhando minuciosamente para alcançar resultados perfeitos no dia a dia. Mas, no fundo o que ela queria era desesperadamente ser amada e aceita.
Vestiu-se de virtudes que não possuía para encobrir deformidades tão humanas como de qualquer outra criatura, limitações psicológicas, emocionais e espirituais próprias dessa nossa natureza imperfeita.
Com as próteses de virtudes, veio a doença: o perfeccionismo. Esse teimosismo em ser Deus somado à prepotência de quem acha que pode controlar todas as variáveis de sua vida.
Desta forma, propondo-se objetivos irrealizáveis amparados numa autocrítica constante, veio um sentimento de que nunca era boa o bastante e o pavor da desaprovação. Daí para achar que o controle de si mesma era sinônimo de disciplina e força, foi um pulo!
Deixou de ser complacente consigo mesma, estabeleceu critérios para medir sua eficácia, menosprezou a capacidade das pessoas ao seu redor, tolheu familiares e amigos, embarcou na agressividade e depressão diante das frustrações óbvias que enfrenta que não consegue ter uma visão realista de si.
Viu-se só. E no silêncio que desde então se encontrava, percebeu que tinha pavor de ser humana.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ser magra

Após quilos de chocolate, o assunto é recorrente: dieta já!
Para não perder a oportunidade de rir e criticar os desatinos da magreza, o humor peculiar da cartunista argentina Maitena.
Para melhor leitura, clique na imagem.