segunda-feira, 27 de junho de 2011

A futilidade me salvou


Sabe quando os problemas são tantos, as preocupações entorpecem sua razão e sua sanidade saiu para dar uma voltinha porque não aguenta mais o excesso de realidade conturbada? Pois foi justamente quando vivi esse momento que descobri o poder da futilidade. Sim, minhas queridas Divas. Se estou viva e, pasmem, consciente para escrever esse texto, foi porque a dona futilidade me salvou. Vou explicar como.

Sempre tive muito preconceito em relação àquelas Divas inferiores que gastam a vida inteira discutindo tonalidades de tinturas de cabelo, o quanto os salões de beleza estão cobrando por californianas, a importância de uma unha bem feita, etc. SEMPRE torci meu considerável nariz para esse tipo de coisa. Desculpe, sou politizada e gosto de me preocupar com coisas mais relevantes!

Acontece que após o desemprego, processo trabalhista frustrado e um bico que mal me pagava pelos serviços prestados, comecei a surtar. Fui ao que considero o fundo do poço e permaneci lá por algum tempo. Totalmente sem luz. À beira do que chamei de “depressão”, comecei a escutar os conselhos de duas amigas: Debi e Dani. São duas fofas, lindas, inteligentíssimas, pelas quais morro de admiração. No meio de tanta turbulência financeira/profissional, elas começaram a me converter para a futilidade como meio de sobrevivência.

Quando estava quase desistindo de tudo, já havia chorado quase todo o líquido do meu corpo, ouvi com atenção o que elas me falaram durante um café: “gente, a única graça que vejo hoje na vida é pintar a unha”. Nunca mais vou me esquecer dessas palavras. Como assim? Desde quando um esmalte vai pagar suas contas? Ou vai trazer aquele príncipe encantado em 7 dias? Não, eu tinha que, pelo menos, experimentar um pouco daquela insanidade para poder tratar minhas pobres amigas.

Após algumas horas dentro da loja Shopping dos Cosméticos, saí 1% mais positiva com a vida e com 3 esmaltes da Impala. Ao meu lado, Debi se sentia orgulhosa e me olhava de tal forma como se estivesse conseguindo a salvação. “Você vai ser extremamente feliz”. Ok! Só o papo de mulherzinha na loja já me deixou um pouquinho viva.

Cheguei em casa e comecei a terapia. Pintei as unhas com o Canoa e, depois do processo, vi que tinha vencido um medo (e preconceito) de anos: esmalte escuro! Olhei várias vezes para aquilo e tentei me acostumar. O máximo que já tinha usado era um renda, coisa do tipo. Jamais coloquei um vermelhão. E não é que o efeito transformador começou a surgir?!

Saí de casa para trabalhar no outro dia jurando que todo mundo comentaria o meu grande passo. Tudo bem. Só a Debi e a Dani se entusiasmaram com a mudança. Mas e daí? Eu já estava me sentindo melhor. Infelizmente, a unha escura não foi o suficiente para persuadir meu “chefe” a me pagar o que devia. Porém, aquele Canoa foi a peça que faltava para eu enxergar tudo de outra forma.

Como assim? Explico! Ao contrário do que sempre pensei, cuidar da aparência não significa jogar 500 zilhões neurônios no lixo. Muito pelo contrário. Só realça ainda mais o magnetismo que tem uma mulher inteligente. É importante salientar aqui que tudo bem fazer uma visitinha às clínicas de estética, desde que a cachola esteja perfeitamente preenchida de conceitos, conhecimentos e informação. Mais uma lição que a linda da Daniela me ensinou. Beleza e conhecimento se completam. Podem viver juntos em harmonia e gerar filhos encantadores.

Com tudo isso, aprendi que a futilidade é necessária para distrair nossas mentes, para nos manter jovens, belas e com o mínimo de linhas de expressão. O efeito que ela faz por fora é pouco se comparado ao que pode causar à autoestima. E no final das contas, de nada adianta inteligência sem amor próprio. Por isso, sem nenhum ressentimento, sem nenhum pudor e com todo o exibicionismo que nunca tive, digo: devo minha vida à futilidade.

Obrigada, Dani e Debi pelos esmaltes da Impala.

 
Por Ítala Carvalho (Jornalista. Escreveu no Reflexões de uma Diva a convite do blog)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Pelo Direito de Ser Humana

Para ser feliz hoje, o meu corpo deve funcionar como uma máquina para qual tenho uma diversidade de aparelhos, procedimentos e suplementos que garantem seu funcionamento e aparência perfeitos.
Ser feliz também significa aparentar alegria e contentamento diuturnamente. Semana passada uma amiga me pediu desculpas por não ter sido uma companhia agradável e estar passando por um momento emocionalmente difícil. Como assim?! Pedir desculpas por não ser 100% feliz? Quer dizer que a nossa amizade só serve para desfrutarmos momentos de júbilo? Será que não podemos ficar tristes juntas, sentir toda a nossa dor e nos auxiliarmos mutuamente a superá-la?
Parece que ser amigo significa apenas ter alguém para se divertir e vivenciar o lado prazeroso da vida. Amigos, marido, namorado e família só servem para manter meu coração feliz e minha cara risonha. E me esqueço de que não é possível construir essa relação harmônica se não entrar em contato com o lado B da vida. Lembra do Cisne Negro? Pois é.
Tenho a sensação de que vivemos num mundo que não tolera o lado humano de cada um de nós. Estar bem significa habilidade de não se envolver, de não se abalar, não adoecer e não sofrer com a dor do outro, almejando o entorpecimento de uma felicidade eterna e isso tem nos tornado bastante intolerantes. Qualquer pessoa que tenha a habilidade de nos colocar em contato com nossa sensibilidade ou que minimamente nos incomode já não nos serve mais.
Evitamos a todo o custo o tédio e os conflitos interpessoais na crença íntima de que me envolvendo menos eu sofrerei menos. Como diria Zygmunt Bauman, hoje “a proximidade não exige mais a contigüidade física; e a contigüidade física não determina mais a proximidade”.
Diante da dor, sozinhos e desprovidos do direito de senti-la seguimos trabalhando (muito!), racionalizando sentimentos, consumindo próteses de identidade que auxiliam a dissimular essa agonia: drogas, auto-ajuda, o light, o diet e os produtos culturais diversos de maneira vertiginosa.
Não podemos demonstrar fragilidade, pois corremos o risco de sermos julgados como indivíduos inferiores, portanto descartáveis para um mundo entranhado da ideologia capitalista de que tudo, até os relacionamentos, têm que oferecer alguma possibilidade de lucro real. Lucro que é sinônimo de dinheiro, que parece com felicidade.
Então, é pelo direito de ser humana é que eu escrevo esse texto. Por um mundo onde todos percebam que por mais que tentem nos convencer do contrário, ainda somos feitos de carne, osso, sentimento e coração.

“Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho...” (Tom Jobim)

Francielle

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dia dos Namorados

Adoro Renato Russo, suas músicas e seus personagens.
E assim como eu, milhares de pessoas que vivem sua adolescência nos anos 90 se sentiram tocadas com a homenagem feita pela Vivo com uma da música mais famosas de Renato Russo "Eduardo e Mônica".
Quantas vezes não me senti um pouco Mônica e outras, até Eduardo também!
No clima da semana do Dia dos Namorados, veja o filme do casal mais famoso do Pais!



Um Dia dos Namorados cheio de romance, cumplicidade e risadas para todos!
Ana Carol