Estamos na primeira semana de setembro e um mau súbito me acometeu enquanto corria na esteira da academia: medo do biquíni que pretendo usar no final de dezembro ou janeiro do próximo ano.
Entre reações de ojeriza e olhadas insistentes para o espelho, concluo que talvez fosse a hora de aposentar o biquíni e adotar o democrático maiô. Comprime a barriga, disfarça os pneus, etc, etc...
Pensando bem, maiô não é coisa de vó? Aumento a velocidade da esteira para poder “pensar” melhor.
Depois de observar manchetes de revistas de boa forma e fitness, vêm as idéias brilhantes: E seu eu me alimentasse apenas de shakes nos próximos três meses? Quanto custa a meia calça invisível da Joelma (Banda Calipso)? Por que eu nem estou assim tão gorda, se conseguisse disfarçar as celulites com essa maquiagem para as pernas já estaria de bom tamanho. Será que é a prova d’água? E massagem modeladora, resolve? Auriculoterapia para emagrecimento, bambuterapia, carboxiterapia, ultrassom, plataforma vibratória e outros instrumentos de tortura em uma única sessão. Será que cabem naquele meu intervalo de uma hora? Será que o Dr. Lázaro ainda comercializa fórmulas clandestinas? E o tal do chá verde, hein?!
Sinto um suor frio escorrendo pelo rosto. Taquicardia. Ai meu Deus, me ajuda! Talvez seja a hora de procurar um psiquiatra.
Eis que ouço uma voz distante e grave: “Diva, por favor, sem histeria!”.
Meio tonta, saio do transe e volto à velocidade 5.7 da esteira.
Por Francielle Felipe