domingo, 21 de dezembro de 2014

JESUS, A PRÉ-FESTA DO SEU ANIVERSÁRIO CANSA MINHA BELEZA

Outro dia li algo (não me recordo aonde) com que concordo plenamente: ao se aproximar o Natal, não sei se estamos comemorando o nascimento ou o calvário do Cristo. Anualmente no dia 24 de dezembro, por volta das 20:00, quando uma chuva fina cai lá fora e a cidade é invadida por um imenso silêncio (afinal estão todos como eu, tomando banho e se aprontando para a ceia que vem logo a seguir) sinto uma gostosa sensação de “Graças a Deus acabou!” e respiro aliviada. A paz toma conta do meu ser, pois a data que me tortura desde meados de novembro finalmente chegou.
O mais incoerente disso tudo é que adoro uma festinha, confraternizações sem motivo e pausas na rotina, pois penso que “o que se leva desta vida é a vida que se leva”, mas o calvário das compras, dos supermercados lotados, do trânsito infernal, das mil confraternizações em duas semanas, da ansiedade de metas e projetos ainda por cumprir até que o mundo entre em recesso por 10 dias, acabam com meu humor. Tudo isso me faz pensar: "Jesus amigo, eu odeio a pré-festa do seu aniversário. Ela cansa minha beleza!".
Então eu fiquei pensando ontem à noite:
• se as 11 confraternizações para as quais eu e minha família fomos convidados fossem distribuídas ao longo do ano, teríamos uma festinha com amigos ou colegas de trabalho (só os legais, por favor!) por mês até o próximo Natal. Acredito que se assim fosse, desfrutaríamos com mais disposição destes momentos e nossa amizade se fortaleceria;
• se nós transformássemos a ceia em 5 jantares (sim, há comida suficiente para isso) e criássemos momentos festivos para celebrar a vida em família o ano todo, nós teríamos uma deliciosa refeição para desfrutar a cada 2 meses cercados de gente que adoramos, sendo bem possível que a nossa convivência se tornasse melhor;
• se ao invés de comprar uma lista de presentes infinita para cumprir com o protocolo, gastando dinheiro com regalos sem afeto, eu comprasse um bom presente para cada uma destas pessoas em seus aniversários, com a intenção sublime de materializar o quanto são importantes para mim, este presente teria muito mais significado e estaria impregnado de uma deliciosa vibração de amor, gratidão e amizade. Além disso, o meu 13o salário seria empregado apenas em meu bem estar, sem culpa, afinal trabalhei muito e fiz por merecê-lo!
• se a gente buscasse recriar estes momentos de magia e imaginação para nossas crianças o ano todo, elas se tornariam adultos muito mais saudáveis;
• se as 4 campanhas de doação de presentes e donativos das quais participei (e você também) fossem fragmentadas em um ano, o espírito da solidariedade nos invadiria pelo menos a cada 3 meses, seríamos relembrados da importância de nos doarmos ao próximo, mais gente seria assistida em suas necessidades materiais e afetivas e quem sabe, nós começássemos a aprender a sermos bons;
E se isso tudo acontecesse, quando fosse 24 de dezembro novamente, eu teria disposição íntima para me sentar, buscar a sintonia do Cristo e agradecê-lo por sua passagem aqui na Terra ter nos ensinado a paz, a fraternidade e o amor ao próximo. E do fundo do coração dizer: Jesus, feliz aniversário!
Mas, por hora, eu só consigo pensar: chega 2 de fevereiro, mas não chega 25 de dezembro. Será que rola começar a planejar hoje, o Natal de 2015?

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