O problema da “mulher-objeto” não é ESTAR na condição de objeto, mas sim SER objeto. Não há submissão em estar na condição de objeto quando, enquanto sujeito, se tem consciência dessa condição, e da transitoriedade dessa condição. Não há submissão nem ofensa à dignidade da mulher quando a exaltação da beleza feminina se dá em um jogo que envolve: desejos, recompensas, fantasias, alternância de posições sujeito/objeto, prazeres e satisfações para si e para o outro.
Mas há submissão e perda de dignidade em se tornar o objeto, tão somente o objeto, e definitivamente. Em perder-se como sujeito, transformando-se (consciente ou inconscientemente) em um corpo sem voz, sem vida, sem desejos próprios, que nada mais tem a oferecer senão uma bela embalagem.
Saber ESTAR na condição de objeto é, sim, louvável!
SER objeto é uma afronta irreparável à inteligência feminina.
Por Clarissa Motter, publicitária e mestranda em Comunicação e Cultura - UFG.
Um comentário:
Viva as mulheres de atitude!
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