segunda-feira, 17 de maio de 2010

Indicação de filme

Assisti a um filme este mês que foi estreado no ano passado: Divã. Uma comédia brasileira que vem seguindo a tendência nacional de fugir da proposta do Cinema Novo, movimento de vanguarda, que, dentre outras características, retratava a realidade brasileira. Em Divã, que tem Lilia Cabral, Diva maravilhosa, como protagonista, outra realidade é explorada: os sentimentos femininos e a auto descoberta da mulher.

Não se trata de mais um filminho para apenas encher mais os cofres da Globo (embora não tenho dúvida de que eles pensaram muito nisso). É um filme emocionante, engraçado, que tira lágrimas e risos.

Lilia Cabral é Mercedes, uma mulher de 40 anos, casada com Gustavo (José Mayer) e mãe de dois filhos, que decide procurar um psicanalista. A princípio, a decisão, que seria apenas para matar uma curiosidade, provoca uma série de mudanças em seu cotidiano. No divã, Mercedes questiona seu casamento, a realização profissional e seu poder de sedução.

A melhor amiga, Mônica (Alexandra Ritcher), companheira de todos os momentos, vê de perto a transformação de Mercedes e participa de suas novas experiências e descobertas, apesar de nem sempre concordar com suas escolhas.

O roteiro é inteligente, usa os personagens coadjuvantes para confrontar Mercedes e coloca-la em situações decisivas: quando seu casamento de 20 anos está à beira do divórcio ela conhece Theo, interpretado por ninguém menos do que Reynaldo Gianecchini. O roteiro também surpreende. Monica faz um contraponto com Mercedes. Enquanto Mercedes fica cada vez mais liberal em busca por sua emancipação como mulher, Monica é uma dondoca cujo único interesse é cuidar de sua família e o único homem pelo qual ela sente atração é o próprio marido. E um ponto positivo do texto é não faz juízo de valor dela.

No desenrolar da trama, Mercedes, que muito bem representa a moderna mulher brasileira, está em busca da felicidade. E em meio a todas as confusões e transformações da sua vida, não se diz deprimida ou infeliz. Apenas vive cada momento em sua intensidade e busca incessantemente estar em paz consigo. É um filme que indico, não só para as mulheres, que com certeza vão amar, mas aos homens, para compreenderem um pouco mais sobre a alma feminina.


2 comentários:

Francielle Felipe disse...

Eu ainda não assisti o filme, acabo sempre deixando-o para depois. Vou ver para poder fazer uma análise mais apurada após a leitura de seu texto.
Agora, não tenho dúvidas em relação ao poder de um divã para libertação da alma feminina tão atada a modelos, normas, padrões de corpo e comportamento frente à sexualidade, família e relacionamentos. Eu recomendo!
Bjs

Nut. Juliana Tolêdo disse...

Meninas, nos meus blogs http://julianatoledodefaria.blogspot.com/ e http://altruismonanet.blogspot.com/ tem uma homenagem para vocês! Beijos!