quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A busca do beijo

"Um homem perde o senso de orientação após quatro drinques; uma mulher após quatro beijos." (Henry Louis Mencken)


Fazia exatamente 7 meses, 14 dias e 2 horas que ela não tinha contato físico com um homem. E não é que ela não quisesse. Simplesmente não tinha rolado. E ela definitivamente não era feia. Bem sucedida, 29 anos, magra, cabelos lisos e olhos expressivos. Sem falar que também era inteligente, culta e bem humorada. Ela não estava em busca de sexo. Até mesmo porque, não era do seu feitio ir para a cama com um homem no primeiro encontro. No terceiro, talvez, mas a sua busca não era por sexo casual. Ela queria beijar. Extravasar a energia sexual acumulada em troca de saliva e alguns amassos indefesos.

Resolveu então sair, já que fica em casa não iria resolver muito o seu problema. Rodou a cidade e não encontrou nenhum lugar legal em plena terça-feira. Foi parar em um bar gay. Música legal, pessoas divertidas e a melhor caipirinha da cidade, havia recomendado um amigo. Alguns goles a mais e pronto! Estava alegre o bastante para procurar alguém para a troca de salivas. Estava confusa e chegou a questionar se era lésbica. Só podia saber se tentasse. Deu uma olhada em volta: loiras, morenas, ruivas, altas, magras,gordas, peitudas, sem peitos... Não se sentiu atraída por nem uma delas. Tentou imaginar-se beijando uma mulher e lhe causou estranheza e até uma repugnância. Claro, era não era gay. descartou então a possibilidade de um beijo homossexual.

Depois de umas caipirinhas a mais, resolveu se soltar na pista e quando se deu conta estava beijando. Lindo, sarado, bem vestido e cheiroso. De repente, ao som de I'll Survive, se lembrou que estava em um local pouco ou não frequentado  por heterossexuais. Bateu um desespero. A que ponto chegou: ela beijou um gay. Que aliás, ela agarrou. Ela nunca havia tomado a iniciativa numa relação. O lindo retribuiu o beijo, quase que por caridade.

Sentiu-se envergonhada e sentiu o efeito do álcool passar. Estava lúcida, como nunca havia estado em toda sua vida. Então, tudo começou a fazer sentido. Na verdade, ela nunca havia se permitido. Ela era linda, inteligente e interessante. Mas não se fazia perceber. Não acreditava que era capaz e quando não acreditamos em nós mesmos, não podemos exigir que ninguém acredite. Ela finalmente experimentou de uma liberdade que jamais havia sentido e agora sim, estava pronta e aberta para o amor, para a vida.

*Texto baseado em fatos reais de uma Diva em busca de si mesma

4 comentários:

Osair de Sousa Manassan disse...

Essa menina tem talento de escritora! Basta se permitir...rs
Beijos, linda.

Francielle Felipe disse...

O que é que uma pista de dança não faz por uma pessoa! É por isso que eu danço e recomendo a tod@s.
Bjs amiga!

Anônimo disse...

Céus! Fiquei curiosa! Qual de nós prestou esse depoimento? Andrea

Nut. Juliana Tolêdo disse...

Baseado em fatos reais? KKkkk... Tenho uns depoimentos também. Acho que seu blog vai ficar ao menos com umas postagens engraçadas! KKkk... Vc é linda! Te amo (sem lesbianismo, por favor!)